Precisamos valorizar muito a democracia, pois ela nos custa muito caro. Estou me referindo à audiência da AAMUR, realizada quinta-feira (10/04). Trata-se de uma ação por danos morais motivada por um comentário anônimo postado no blog RIONOSSO/AAMUR.
A audiência começou exatamente na hora marcada, ou seja, às 13h 20min. Terminou às 15h 40min. Durou, portanto, 2h e 20min. Além da juíza e de uma auxiliar, estiveram envolvidos nos trabalhos mais 12 pessoas: eu, o Hélio, o Autor, três advogados e seis testemunhas.
Depois da audiência, viajei para Juiz de Fora. No caminho, fui refletindo sobre qual o peso, no Custo Brasil, de um comentário anônimo de três linhas, feito num blog obscuro que, praticamente e infelizmente, nunca é acessado.
Comecei a divagar, primeiro sobre o salário da juíza e, em seguida, sobre o custo dos demais envolvidos. Desci a detalhes. Pensei em encargos sociais e impostos: INSS, FGTS, ICMS, IR, IPTU, ISS, PIS, COFINS, IPVA, etc. Depois me voltei para o fórum: pessoal, móveis, equipamentos, limpeza, conservação, energia, água, telefones, segurança, combustível, material de expediente, etc.
Continuei pensando, apesar das broncas de minha mulher:
— Pelo amor de Deus, esqueça esse negócio de AAMUR!
Mas será que o fórum calcula a depreciação de seus equipamentos, pensei? E os custos de oportunidade? Esses são sérios. Dentre os envolvidos, havia pessoas que poderiam estar investindo o seu tempo em várias outras atividades. Até mesmo os advogados: outras pessoas poderiam estar esperando por eles em seus escritórios!
Alguém arriscaria dar um chute? Mas antes devemos refletir sobre os custos emocionais e psicológicos. Será que existe possibilidade de ocorrer um anatocismo (cobrança de juros sobre juros) moral?
Democracia custa caro!
Mas por que diabos fui perguntar “onde estão o COMUPLAN e o CONDESC” naquela fatídica postagem? Por que simplesmente não publiquei uma foto de minha cachorrinha “pretinha” no Facebook? O problema é que o Hélio acredita cegamente no Espírito Santo (da Santíssima Trindade!) e eu morro de medo de, depois da morte, ser cobrado (por minha consciência), conforme alertou Jesus na Parábola dos Talentos (Mateus 25,14).