13/05/2012

MÃES, POR FAVOR, PERDOEM-NOS!


Dia das Mães. São 5 horas da madrugada, e o som continua alto no Parque de Exposições.

Rolo na cama e penso no que Aldous Huxley escreveu em 1937:

A maioria dos homens e mulheres está preparada para tolerar o intolerável. (...) Em maior ou menor grau, portanto, todas as comunidades civilizadas do mundo moderno são constituídas de uma pequena classe de governantes, corrompidos pelo excesso de poder, e de uma grande classe de governados, também corrompidos, pelo excesso de obediência passiva e irresponsável.


Que fazer?

Às 4h e 28min, já havia ligado para o 190. O cabo que me atendeu foi muito educado:
— Sim, Senhor Anacleto, o Senhor tem razão...

Quais são as alternativas. Pegar o meu carro e sair buzinando pelo bairro? Que tal, vestido a caráter (de pijama!) estacionar meu carro no portão do parque, ao lado de uma viatura policial? Ou, na próxima vez, comprar uma caixa de foguetes para soltar na madrugada? Valeria a pena telefonar para os vizinhos?

Nossa mente funciona por associação. Recordo-me de que estou sendo processado numa ação por danos morais, no valor de R$ 21,800,00, por um comentário, feito por um anônimo, no blog RIONOSSO/AAMUR que foi acessado (se foi!) por meia dúzia de pessoas. Tenho certeza de que o som alto que está rolando na Gávea durante a madrugada deve estar sendo “lido e ouvido” por mais de seis pessoas!

Na noite anterior, minha mulher havia me pedido que escrevesse uma mensagem para as mães. Que tal falarmos de respeito pelas mães... e pelas avós? Pelas inúmeras noites mal dormidas ou não dormidas? Mas falar de respeito é complicado, pois estou sabendo que, por falta de respeito dos alunos (que são nossos filhos!), professores não estão conseguindo ministrar suas aulas!

Eduardo Alves da Costa tem razão em seu poema “No caminho com Maiakovski”:

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.”
“Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.”

Na terceira noite, eles vêm e colocam um som altíssimo dentro do meu quarto; na madrugada, levanto-me e vou escrever este texto!

FELIZ DIAS DAS MÃES!