Por que
“o único filho”? As árvores, os rios, as montanhas, as estrelas, os homens, os
animais e pássaros criados por Deus – toda essa existência não vem de Deus? Não
flui de Seu Ser? Deus é a totalidade. Rochas e rios e montanhas são criações
Dele, como você, como Jesus. Não há distinção. Todos os seres participam de
Deus. Na verdade, ser é participar de Deus. Do contrário, você não pode ser –
não existe outra maneira de ser!
Ser é
ser Deus!!
Qual é,
então, a diferença entre você e Jesus? A diferença não é o seu ser, a diferença
é apenas o seu saber, o seu reconhecimento, a sua percepção. Jesus sabe que é
filho de Deus, e você ainda não reconheceu isso. Essa é a diferença. Você pode
reconhece-la a qualquer momento. Nesse próprio conhecimento... há a
transformação, o que Jesus chama de metanoia; apenas uma questão de
reconhecimento.
Você se tornou
cego quanto à sua realidade, mas ele a vê – não há diferença entre os seres.
Você é rico como ele; ele sabe, você não. Como você não sabe, continua pobre,
não porque seja pobre. Você não é! Como pode ser pobre quando Deus Se derrama
sobre você a cada momento? Quando Ele bate em seu coração, circula em seu
sangue e flui para sua consciência, como pode ser pobre? Você não é um mendigo.
Todos são imperadores, mas não percebem isso. Não olham para dentro de si, onde
Deus vive fazendo contato. Não olham para sua Fonte.
A
palavra que Jesus usa para “olhar para a Fonte” é “retorno”. O termo “retorno”
foi traduzido como “arrepender-se”. “Arrepender-se” significa também retornar.
Retorno – voltar-se para dentro do próprio ser, dar uma volta de 180 graus e
ver, de súbito, a luz que você sempre foi, a luz que você é. Então, você vê
Deus. E pela primeira vez, reconhece que
nunca o perdeu; Ele estava bem atrás de você – você é que não olhava para Ele.”
OSHO. A Flauta nos Lábios de Deus: significado oculto dos Evangelhos. Campinas, SP: Verus, 2010, p. 183-4.