03/08/2015

PARTIDOS E FILIADOS: CODEPENDÊNCIA

Várias pessoas – chamadas acionistas - criam uma empresa.

Vários eleitores – chamados filiados - criam um partido.

Qual a diferença?

Nas empresas, os acionistas nomeiam o presidente, e, se o presidente não agir de acordo com o estatuto, os acionistas o demitem.

Nos partidos, os filiados apenas indicam o presidente (governador e prefeito) - quem nomeia é o povo. Se o governante não agir de acordo com a Constituição Federal, o partido e os filiados ficam num sério dilema: demitir o governante ou se tornar cúmplice dele?

Demitir o governante, regra geral, representa a perda do poder, e isso não interessa nem ao partido e nem aos filiados. Está, portanto, gerado o conflito e a codependência (*).

Como o povo somente vota para nomear o governante, porque é obrigado, talvez, em certos casos, devêssemos realizar um plebiscito para demitir, ou não, um governante que não está defendendo os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal (Lei 9096/95)!

Qual a solução?

O partido político é que deveria ser eleito para governar – e ele nomearia e demitiria o administrador (presidente, governador ou prefeito). Assim, no caso de possível impeachment, o partido político é que seria impedido. No mínimo, creio eu, acabaria com essa confusão de alegar que o partido não tem nada a ver com irregularidades praticadas por seus representantes (filiados) legais!

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(*) “CODEPENDÊNCIA é um termo da área de saúde usado para se referir a pessoas fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física e/ou psicológica de uma substância (como álcool ou drogas ilícitas) ou com um comportamento problemático e destrutivo (como jogo patológico ou um transtorno de personalidade). É um fato conhecido que a dependência patológica causa grande impacto e sofrimento na vida das pessoas próximas, mas poucos percebem como a codependência é altamente prejudicial para ambas partes envolvidas. Ao invés de ajudar o dependente a melhorar, certos tipos de codependentes acabam reforçando o comportamento patológico.” (grifei)