Há um consenso entre a
maioria das pessoas de que o ser humano é composto de corpo, mente e espírito.
São partes intimamente ligadas que, nos primeiros dez anos de vida, se
encontram em equilíbrio (figura A).
O “bicho pega”, entretanto, quando acontece uma tragédia – por exemplo, uma doença grave ou a perda de um ente querido. Neste momento, num lampejo de consciência, constatamos que toda a evolução do corpo e da mente, assim como todas as bebidas, drogas e antidepressivos (sem falar de trabalho, consumismo, viagens e religiões) não são suficientes para eliminar nossa dor ou amenizar o nosso desespero. Nossa dor é espiritual, mas onde se encontra nosso espírito?
Nas décadas dos “entas”, ou
seja, dos quarenta aos noventa anos, regra geral, a relação entre as partes se
encontra radicalmente modificada (figura B). Existem casos em que a
evolução da mente não acompanha a evolução do corpo, mas aqui se quer destacar
que, grosso modo, corpo e mente evoluem, mas o espírito permanece estacionado
na primeira década de vida.
Tal modelo de evolução –
priorizar o corpo e a mente em detrimento do espírito – não está atendendo às
expectativas do ser humano, conforme se observa no dia a dia (convive-se com
bebidas, drogas, e antidepressivos, além de doenças, roubos, assassinatos e
estupros).
Mesmo se excluirmos os graves problemas que testemunhamos diariamente, sempre fica aquela incômoda sensação de que algo está faltando, apesar de nos encontrarmos com saúde e, “nunca antes neste país”, termos tido à nossa disposição tantos recursos materiais e tecnológicos. Mas, bem ou mal, vamos vivendo, anestesiados e tocados pelo oba-oba e pelas ilusões de um mundo de fantasia que nós mesmos criamos, acreditando, como dizem algumas pessoas, que a “felicidade não existe; o que existem são momentos felizes”.
Mesmo se excluirmos os graves problemas que testemunhamos diariamente, sempre fica aquela incômoda sensação de que algo está faltando, apesar de nos encontrarmos com saúde e, “nunca antes neste país”, termos tido à nossa disposição tantos recursos materiais e tecnológicos. Mas, bem ou mal, vamos vivendo, anestesiados e tocados pelo oba-oba e pelas ilusões de um mundo de fantasia que nós mesmos criamos, acreditando, como dizem algumas pessoas, que a “felicidade não existe; o que existem são momentos felizes”.
O “bicho pega”, entretanto, quando acontece uma tragédia – por exemplo, uma doença grave ou a perda de um ente querido. Neste momento, num lampejo de consciência, constatamos que toda a evolução do corpo e da mente, assim como todas as bebidas, drogas e antidepressivos (sem falar de trabalho, consumismo, viagens e religiões) não são suficientes para eliminar nossa dor ou amenizar o nosso desespero. Nossa dor é espiritual, mas onde se encontra nosso espírito?
Blasfemar e se culpar nada
adianta. Aliás, pregado na cruz, Jesus já pediu ao Pai que nos perdoasse,
porque nós não sabemos o que fazemos! A solução está em resgatar o espírito
que, na quase totalidade das pessoas, se encontra estagnado na primeira
comunhão e, desse modo, restabelecer, agora em nível mais elevado, o equilíbrio
entre as partes: corpo, mente e espírito (o equilíbrio inconsciente de quando tínhamos
10 anos). Entretanto, a “porta é estreita”. Não é tarefa fácil descer do salto
alto em que se encontra o ego e aceitar, com humildade, o seja feita a TUA
vontade do Pai Nosso que recitamos, diariamente e no “piloto automático”. A
propósito, com relação ao ego, Jesus alertou (Mateus 10,39): “Quem procura
conservar a própria vida (o ego), vai perdê-la. E quem perde a sua vida por
causa de mim (do espírito), vai encontrá-la”.
O fato é que, ao deixar
nosso espírito paralisado na infância, passamos a viver basicamente no mundo
dos homens (corpo e mente) – conseqüentemente, nós mesmos nos expulsamos do
paraíso. Penso que foi para restabelecer o equilíbrio entre corpo, mente e espírito
que Jesus jejuou quarenta dias e quarenta noites no deserto lutando contra os
seus demônios interiores. Isso nos sinaliza fortemente que não deve ser apenas
com a rotina de cultos semanais nem com a prática de caridades menores que
vamos conseguir reingressar no Reino de Deus e, desse modo, sermos
autenticamente felizes.
Nesse sentido, Jesus foi
novamente taxativo: a solução está em renascer, pois, se não nos convertermos e
não nos tornarmos como crianças, NUNCA entraremos no Reino do Céu (Mateus 18,3).
Não basta, portanto, que nossos pecados sejam perdoados, pois somente o perdão
não nos transforma e não faz ninguém se tornar perfeito como é perfeito nosso
Pai que está no céu (Mateus 5,48). A transformação depende do livre-arbítrio e
de ações de cada um (especialmente sobre si mesmo!), e cada pessoa pode optar
por ingressar no Reino de Deus aqui e agora ou daqui a milhões de anos em
qualquer parte do universo.