13/03/2014

POVO E GOVERNO: UMA VISÃO DO PLANO ESPIRITUAL



Os trechos transcritos a seguir foram extraídos do livro “A vida humana e o espírito imortal” de RAMATÍS (Espírito) [1]

Os povos gritam e protestam contra os seus dirigentes, tachando-os de políticos ambiciosos, corruptos ou venais, porque eles não lhes satisfazem integralmente as pretensões pessoais! Mas esquecem-se de que são governados por homens da mesma fonte humana, ou gerados no meio ambiente, os quais apenas refletem as idiossincrasias do todo que é governado. (P. 171)

Por isso, segundo o adágio comum, o “povo tem o governo que merece” e seria incoerência reclamar um governo perfeito, sadio e honesto, de um povo que ainda se compõe de homens corruptos, ambiciosos, viciados, inescrupulosos, avarentos, exploradores, aventureiros, traficantes, gozadores, como ainda hoje acontece em certos países modernos e cientifizados! Mas, como dissemos, há negociantes e industriais, por exemplo, que reclamam contra o poder governamental e o consideram corrupto ou explorador, enquanto misturam água no leite, batata no queijo, vaselina na manteiga, chuchu na goiabada! (P. 195).

O governo de uma nação ou de um povo terrícola comumente ignora a sua imensa responsabilidade assumida perante a “Administração Sideral”, a qual realmente governa o planeta! Então se julga autorizado e independente, detentor de um “poder máximo” sobre certa coletividade, sem necessidade de prestar quaisquer obrigações para o Governo Oculto atuante do mundo espiritual! No entanto, o imperador, o rei, o governador ou mesmo o ditador não passam de mordomos agraciados com a confiança divina, por cujo motivo ser-lhes-á exigido depois da morte corporal as mais severas contas dos encargos da matéria. Jamais serão tolerados, quando distorcem o sentido de sua governança em favor dos seus interesses particulares e do enriquecimento do “clã” familiar, pois a Lei Espiritual não lhes perdoa a mínima subversão no comando do patrimônio público! (P. 174).

Os políticos e administradores públicos corruptos traem a confiança do Senhor, como os filhos degenerados abusam do patrimônio pertencente a todos os membros da família. Embora tais homens consigam tangenciar as leis do mundo físico, eles terão de indenizar completamente os prejuízos ocasionados por suas ambições e atividades inescrupulosas. Os políticos do mundo podem iludir e mistificar as criaturas que confiam em suas promessas e sofismas, mas não se livrarão das severas sanções espirituais por muitas existências posteriores. (P. 192).

Não opomos dúvida; muitos políticos falazes e corruptos não passariam de reles vigaristas ou ladrões vulgares, caso não lhes houvesse ocorrido o acidente de se guindarem à administração ou poder público! [...] Infelizmente, na esfera política do mundo alimentada por partidos, doutrinas e sistemas específicos a grupos afins, indivíduos que seriam problemas de polícia, na pobreza, encontram o clima favorável na administração pública para exercitar com sucesso a sua habilidade delinqüente! (P. 176).

Ademais, tratando-se de conjunto de homens de espírito primário, como são os terrícolas, os seus sistemas e doutrinas são eivados dos mesmos defeitos que tais homens ainda não puderam extinguir em si próprios! Não importa ser nazista, democrata, capitalista, fascista ou socialista, e a ardente preocupação de “salvar” a humanidade pelo seu sistema político mais simpático, caso o homem não consiga “salvar-se” a si mesmo, libertando-se do vício de fumar, beber, comer as vísceras sangrentas dos irmãos inferiores, inclusive do domínio das paixões funestas! (P. 186).

Enquanto o homem não mudar visceral e interiormente, ele viverá em guerra com as suas próprias paixões e seus vícios escravizantes. Então não haverá paz e ventura na Terra, seja qual for o tipo de doutrina ou sistema adotado para governar o povo. A revolução é tão permanente na alma do homem terrícola que ele à tarde arrepende-se do que fez pela manhã, numa perfeita guerra consigo mesmo! Assim permanece a luta silenciosa ou ruidosa no seio da família, da vizinhança, nas ruas e nos estabelecimentos de trabalho, na diversão e até devoção! (P. 180).

Raras criaturas importam-se, realmente, em investigar a autenticidade do espírito imortal em sua manifestação educativa na face do orbe [Terra], a fim de nortear a sua vivência sob o imperativo da vida superior. Por isso, também não sabem governar e governar-se, até o dia em que coloquem acima das circunstâncias provisórias da existência física a norma da vida verdadeira do espírito! (P. 186 – grifo nosso).

Os terrícolas, na sua tolice tão milenária, buscam e rebuscam líderes políticos, expertos financistas, conselheiros econômicos, socialistas tarimbados e sisudos democratas, a fim de conduzirem o mundo à felicidade humana, enquanto esquecem a maior cerebração [de cérebro] e genial instrutor como foi o Cristo, e olvidam o mais avançado Código de vivência humana, que é o Evangelho! (P. 202).

[1] RAMATIS. Obra psicografada por Hercílio Maes. A vida humana e o espírito imortal. 4ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1982.