De acordo com o professor Liszt Vieira, se não priorizarmos nossas obrigações cívicas em relação a nossos direitos individuais, não deveremos nos surpreender se, algum dia, encontrarmos nossos próprios direitos individuais solapados.
O maior mérito da Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade) não está no modelo de gestão púbica municipal em si. Encontra-se muito mais no processo de mudança comportamental nela inserido, pois, ao nos unirmos para administrar a cidade de forma democrática e participativa, aprenderemos a nos unir para administrar a vida. Esteja a vida no decreto municipal, na grade curricular das escolas, na aplicação da “Lei Seca”, no Rio Muriaé, ou, até mesmo, nas contribuições que os fiéis recolhem “religiosamente” para as igrejas.
Mas este “controle social” não interessa a quem se encontra no poder e isso, no meu entender, explica por que “formadores de opinião” não participam de conferências, audiências públicas, etc. É o medo de o “feitiço virar contra o feiticeiro”.
Enquanto a população não acordar e se unir, cada um continuará lutando para salvar a sua própria pele, esquecendo-se de que “o Pai e eu somos um” e de que, dessa forma, é impossível “amar ao próximo” e, conseqüentemente, entrar no Reino do Céu (isto é, ser feliz)!