De acordo com Ilimar Franco, o “PSDB está
propondo no programa de governo de Aécio Neves a presidente a criação de dois
superministérios, que ficariam responsáveis pela gestão dos demais. O
Ministério de Desenvolvimento Econômico, que não existe hoje, abrigaria
Planejamento, Fazenda, Indústria e Comércio. O de Desenvolvimento Social
ficaria com a gestão da Saúde e da Educação”.
Essa
não é a solução; a solução é submeter a Presidência da República – assim como
os Governos Estaduais e as Prefeituras Municipais – a um rigoroso processo de
reestruturação organizacional. Diga aí, Conselho Federal de Administração!
Qualquer
estudante do primeiro ano de Administração sabe que é impossível comandar 39
(trinta e nove) subordinados, principalmente em se tratando de órgãos como os ministérios,
que têm funções especializadas e ministros selecionados não pelo mérito, mas de
acordo com interesses político-partidários. Esse é um dos motivos por que
sempre digo que não adianta ficarmos na expectativa de um “Salvador da Pátria”!
Alguém
conhece alguma empresa privada em que o presidente comanda 39 (trinta e nove)
subordinados diretos, isto é, a centopeia acima? Por que existe tamanha amplitude de comando em órgãos
públicos? Será que essa falha grosseira de organização, além de comprometer a eficácia
da administração, não facilita a corrupção?
Se
o Brasil fosse uma empresa privada, ele provavelmente seria administrado por um
presidente comandando diretamente apenas 5 vice-presidentes; cada vice-presidente
com 5 ministérios; e cada ministério com 5 secretarias, por exemplo.
Princípios
de boa administração existem há mais de dois mil anos. Em Êxodo 18,20-21, Jetro
aconselha Moisés: “Ensine a eles os estatutos e as leis; faça que eles conheçam
o caminho a seguir e as ações que devem praticar. Escolha entre o povo homens
capazes e tementes a Deus, que sejam seguros e inimigos do suborno:
estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez”.
No
que se refere à administração das cidades, a solução parece mais simples (ou é mais
complexa?), pois basta cumprir o Estatuto da Cidade, que determina que as
cidades devem ser administradas de forma democrática por meio da participação da
população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade
(Conselhos Municipais, OAB, CREA, CDL, ACIM, Associações de Moradores de
Bairro, Sindicatos, etc.). “Mas quem vai amarrar o sino no pescoço do gato?”,
ou seja, quem vai fazer a população participar do processo de gestão municipal?