Texto: “A mente resolve
essa dificuldade recorrendo a elementos afetivos (emoções)...”
Anacleto: Discordo
parcialmente dessa afirmativa. O autor deve estar se baseando no excelente
livro “O erro de Descartes” do Dr. Antonio Damásio. Mas nossa mente se
assemelha a um “iceberg”. A parte consciente – acima das águas escuras –
corresponde somente a 10%. Quando esses 10% conscientes não conseguem resolver
um problema, os 90% inconscientes entram em ação. Todo mundo já teve aquela
experiência de acordar com a solução de um problema que parecia insolúvel!
Os 90% correspondem a
toda nossa história de vida (inclusive vidas passadas!). Nele se encontra
gravado tudo o que vivemos, por esse motivo, sempre recomendo a meus filhos
para ter muito cuidado com o lixo que jogam nos 90% dos seus “hardwares”, pois
é esse lixo que, juntamente com as coisas boas, fazem emergir as decisões mais
importantes de nossas vidas. Obviamente, para quem acredita, o espírito (alma)
pode dar um empurrão, mas, como disse São Paulo (Rm 7,15): “Não consigo
entender nem mesmo o que eu faço; pois não faço aquilo que eu quero, mas aquilo
que mais detesto”, ou seja, não é o espírito que faz, mas nosso comportamento,
na maioria das vezes, resulta dos 90% de nossa mente inconsciente – as
promessas que fazemos nas festas de Ano Novo confirmam isso!
Carla de
Castro Faria: É pai, verdade! Pena que a gente passe tanto tempo à mercê da
socialização no "garbage in". E aí, como você e o cara lá da Gestalt
gostam de dizer: "garbage out"...
Anacleto:
Certamente,
filha, por exemplo, estou certo de que coloquei muito lixo na sua cabeça e na
do André. Estou certo também de que me esforcei para colocar menos lixo (ou
outros lixos!) na cabeça do José Anacleto e da Consuelo Gouvêa. Estou certo também
de que me esforço muito para não colocar lixo em minha cabeça, pois, como disse
Jesus, se não renascermos, NUNCA entraremos no Reino de Deus (ou seja, nunca seremos
autenticamente felizes!). E para renascermos temos que retirar todo o lixo que
acumulamos ao longo de nossas vidas e, desse modo, nos tornarmos puros e
inocentes como criança!