Os problemas urbanos somente terão soluções eficazes e sustentáveis quando as cidades forem administradas conforme determina o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), ou seja, com ampla participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade.
Sem a participação da população na
administração municipal, não haverá solução. Ao contrário, as cidades
continuarão a crescer desordenadamente, sem planejamento, e os problemas vão se
agravar, apesar de todo desenvolvimento científico e tecnológico. Certamente,
nossos filhos e netos sofrerão as consequências!
A solução está na criação de associações
legítimas e representativas, principalmente Associações de Moradores de Bairro
e Conselhos Municipais, que participem, por exemplo, das audiências públicas
relativas à elaboração do Plano Diretor, do Plano Plurianual (o.PPA 2026-2029
vai ser elaborado neste ano), da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e da Lei
Orçamentária Anual – LOA. A propósito, alguém participou da audiência pública
que foi realizada na Câmara Municipal para demonstrar e avaliar o cumprimento
das metas fiscais relativas ao último quadrimestre de 2024?
Por que é tão difícil criar associações
legítimas e representativas?
A resposta é simples: porque somos egoístas!
Mas não temos culpa, fomos educados (e estamos educando nossos filhos) assim:
para competir e não para nos associarmos. Muito menos para “amar ao próximo”!
Por que somos egoístas apesar de Jesus ter nos
recomendado “amar ao próximo como a si mesmo” e “fazer ao outro aquilo que
gostaríamos que o outro nos fizesse”? E a Física Quântica atestar que não
existe nada isolado no universo:
“Quando penetramos na matéria, a natureza não nos mostra quaisquer elementos básicos isolados, mas apresenta-se como uma teia complicada de relações entre as várias partes de um todo unificado” (CAPRA, 1982). Será que o TODO UNIFICADO da Física Quântica é o Deus de Jesus?
Com relação ao EGO, até o momento, a melhor
resposta que encontrei está no livro CARTAS DE CRISTO. Nascemos com dois
impulsos — atração e rejeição — que são imprescindíveis para construirmos a
nossa individualidade, ou seja, para eu me tornar o Anacleto que sou hoje. Ao
colocarmos em prática esses dois impulsos, construímos nossos egos e, assim,
vamos nos isolando e nos tornando egoístas. Pior, ainda, vamos nos afastando de
Deus — o Deus que Jesus chamou de Pai, mas não o Deus de características
humanas, ciumento e vingativo, que premia e castiga do Antigo Testamento. É
lógico que, ao nos afastarmos de Deus, como está no Evangelho de Tomé: “vivereis
em pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza”.