18/09/2018

KRISHNAMURTI E AS ELEIÇÕES 2018

“Nós somos a sociedade que criamos; é o que somos: avidez, inveja, desespero, espírito de agressão, temores, exigências de segurança; foi tudo isso que criou esta sociedade. Para mudá-la, nós temos de mudar; se nos limitarmos a podar uns poucos ramos desta árvore chamada sociedade – como o está fazendo o político, o economista, etc. – não se operará em nós nenhuma mudança. Nós somos a sociedade; a sociedade não difere de nós”.
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“Transformando-vos interiormente, produziríeis por certo uma radical mudança na corrupta sociedade em que vivemos”.
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“As pessoas que têm ideologias e princípios e vivem de acordo com eles são as mais insensíveis, porquanto estão vivendo no futuro, e a este tentando ajustar o presente. A ideologia, qualquer que ela seja – do comunista, do socialista, do capitalista, etc. – se torna a ‘autoridade’. Ter uma ideologia de não-violência e mostrar-se violento a todas as horas é obviamente insensatez”.
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“Um indivíduo é católico, condicionado por uma propaganda de dois mil anos; outro está condicionado por palavras como ‘protestante’, ‘hinduísta’, etc.”. Crescemos nesse condicionamento, aceitamo-lo, mas não vivemos conforme ele; aceitamos o preceito verbal de amarmos o nosso próximo e, entretanto, é óbvio que não amamos o nosso próximo: damos-lhe pontapés, destruímo-lo no escritório, no campo de batalha, etc.”.
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“O importante é esta constante batalha da ambição, da avidez, da inveja, etc.: EIS O QUE É REAL, e não o crer em Deus, nisto ou naquilo. Se não houver no viver diário uma fundamental mudança NAQUILO QUE É, nunca teremos seriedade”.

Extraído de: KRISHNAMURTI J. Palestras com estudantes americanos. São Paulo: Cultrix, 1968, p. 111-115.