“Teu milho está maduro hoje; o meu estará amanhã. É vantajoso para nós dois que eu te ajude a colhê-lo hoje e que tu me ajudes amanhã. Não tenho amizade por ti e sei que também não tem por mim. Portanto, não farei nenhum esforço em teu favor; e sei que se eu te ajudar, esperando alguma retribuição, certamente me decepcionarei, pois não poderei contar com tua gratidão. Então, deixo de ajudar-te; e tu me pagas na mesma moeda. As estações mudam; e nós dois perdemos nossas colheitas por falta de confiança mútua.”
É
irresistível fazer uma analogia da parábola acima com a alternância de governo
que sistematicamente ocorre na quase totalidade das cidades de pequeno e médio
porte, ressalvando, logicamente, o fato de os principais perdedores serem os
habitantes locais:
Teu mandato é hoje, e o meu será amanhã. É vantajoso para nós dois (e especialmente para o povo) que eu te ajude a administrar hoje e que tu me ajudes amanhã.
(*)
“David Hume (1711-1776) foi um filósofo, historiador e ensaísta britânico
nascido na Escócia que se tornou célebre por seu empirismo radical e seu
ceticismo filosófico. Ao lado de John Locke e George Berkeley, Hume compõe a
famosa tríade do empirismo britânico, sendo considerado um dos mais importantes
pensadores do chamado iluminismo escocês e da própria filosofia ocidental.”
Wikipédia.