10/05/2014

DROGAS E OBRAS

Leio a entrevista de Carl Hart, neurocientista americano (O Globo de 09.05.14). Ele fala algumas verdades, por exemplo:
“A sociedade diz que essa droga (crack) é uma praga, um grande problema. Mas não. O perigo é a pobreza, a miséria e a falta de perspectiva”.

Em outra resposta, ele diz:
“Antes de julgar as pessoas, coloque-se no lugar delas. Pense: se você não tem trabalho nem perspectiva, se você não tem condições de cuidar de sua família, o que você faria?”

Concordo com Hart. Por isso, sempre afirmei que a solução para os problemas relacionados às drogas está num planejamento integrado da cidade. Ou seja, num Plano Diretor que contemple geração de emprego e renda, moradia, saneamento, meio ambiente, transporte, segurança, educação, saúde, esporte, cultura e lazer. Infelizmente, os planos diretores das cidades brasileiras são simulacros de planejamento, elaborados, regra geral, exclusivamente para atender a exigências legais.

Mas o brasileiro não tem uma cultura de planejamento; ele não planeja nem mesmo seu orçamento doméstico! Diz-se que, enquanto os japoneses planejam onze meses para executar em um, os brasileiros planejam um mês para executar em onze. Nada (ou tudo?) a ver, por exemplo, com as Obras do Complexo Santa Rita e outras!