Leio a
entrevista de Carl Hart, neurocientista americano (O Globo de 09.05.14). Ele
fala algumas verdades, por exemplo:
“A
sociedade diz que essa droga (crack) é uma praga, um grande problema. Mas não.
O perigo é a pobreza, a miséria e a falta de perspectiva”.
Em outra resposta, ele diz:
“Antes
de julgar as pessoas, coloque-se no lugar delas. Pense: se você não tem
trabalho nem perspectiva, se você não tem condições de cuidar de sua família, o que
você faria?”
Concordo
com Hart. Por
isso, sempre afirmei que a solução para os problemas relacionados às drogas
está num planejamento integrado da cidade. Ou seja, num Plano Diretor que contemple
geração de emprego e renda, moradia, saneamento, meio ambiente, transporte,
segurança, educação, saúde, esporte, cultura e lazer. Infelizmente, os planos diretores
das cidades brasileiras são simulacros de planejamento, elaborados, regra
geral, exclusivamente para atender a exigências legais.
Mas o
brasileiro não tem uma cultura de planejamento; ele não planeja nem mesmo seu
orçamento doméstico! Diz-se que, enquanto os japoneses planejam onze meses para
executar em um, os brasileiros planejam um mês para executar em onze. Nada (ou tudo?) a ver,
por exemplo, com as Obras do Complexo Santa Rita e outras!