Nossa
mente é frequentemente comparada a um "iceberg". Conforme se oberva,
a mente inconsciente (a parte do "iceberg" que se encontra coberta
pelas águas) é, aproximadamente, nove vezes superior à consciente.
Entenda-se,
aqui, como inconsciente tudo o que está fora do foco de nossa atençao em dado
momento; por exclusão, a mente consciente se refere a tudo aquilo de que nos
encontramos cientes. Por exemplo, agora estou consciente deste texto, mas estou
(ou estava) inconsciente da sensação de mergulhar no rio em Miradouro, quando
tinha sete anos.
Nossa
mente inconsciente é um fantástico "banco de dados" de todas as
nossas experiências, desde a concepção e, para quem acredita em reencarnação,
se estende a todas as vidas passadas. Considerando que operamos no mundo com
base neste "banco de dados" -- que corresponde a 90% de nossa
capacidade mental --, alguns questionam, inclusive, se realmente temos um
livre-arbítrio.
Não
é à toa que Leonard Orr afirma que "Sua mente consciente tem de concordar
com seu subconsciente, se você deseja bons resultados. Se seu subconsciente tem
uma lei diferente de seu consciente, então seu subconsciente fará você parecer
um bobo, até que ele seja mudado".
A afirmação de Orr me faz lembrar as promessas que as pessoas fazem no
final de ano, mas que não cumprem: "vou parar de beber", "vou
parar de fumar", "vou praticar exercícios físicos", etc.
É
importante esclarecer também que cérebro e mente são coisas distintas. O
primeiro é físico, é a massa cinzenta que fica dentro do crânio. Pode ser
medido e objetivamente estudado; pesa aproximadamentre 1,3 kg.
Por
outro lado, segundo o Dicionário Michaelis, mente é a "faculdade de
conhecer; inteligência, poder intelectual do espírito".
Particularmente,
gosto de entender cérebro e mente por meio de uma analogia grosseira com a
televisão. O cérebro corresponde ao aparelho físico, ou seja, aquele que a
gente pega e carrega da um lugar para o outro. Já a mente são os programas
processados pelo cérebro. Você consegue ver os circuitos eletrônicos do
aparelho, mas não consegue ver o Faustão "gravado" lá nos circuitos.
O mesmo acontece com o nosso cérebro: você consegue ver o cérebro, mas não consegue
ver os pensamentos e as emoções que estão nele gravadas. Atualmente, a técnica
PET - Positron Emission Tomography nos permite ver quais as áreas do cérebro
estão em atividade, mas ainda não nos permite ler os pensamentos e as emoções.