Soube ontem que um amigo está com câncer em
fase terminal.
Pensei: vou rezar para ele.
Tornei a pensar: por que rezar? Jesus não disse
que o Pai sabe do que necessitamos mesmo antes de a gente pedir? Então o Pai
sabe do que meu amigo está precisando muito melhor do que o Anacleto.
Continuei pensando: mas o que posso fazer para
ajudar o meu amigo?
Novo pensamento: por que o Pai não socorria as
pessoas — curava cegos e paralíticos — antes de Jesus agir?
Será porque o Pai não conseguia agir diretamente
no corpo físico das pessoas cegas e paralíticas? Ou porque o ego das pessoas
bloqueava o acesso do Pai? Lembram-se de que Jesus disse: “tua fé te curou”?
Voltemos ao meu amigo. Recordei-me dos
ensinamentos de Joel S. Goldsmith e concluí: a única forma de ajudar ao meu
amigo é me conectando com o Pai — e não rezando e pedindo ao Pai que ajude meu
amigo.
Se eu estiver conectado com o Pai, quando meu
amigo pensar em mim, ele automaticamente se conectará com o Pai, e o Pai, valendo-se
de meus recursos humanos, agirá sobre meu amigo, fazendo aquilo que for melhor
para ele.
Jesus curava as pessoas porque estava permanentemente
conectado com o Pai, como Ele disse: “O Pai eu somos UM”!
Jesus era o canal através do qual o Pai agia.
Mas existe um tremendo problema: para que o Pai possa agir por intermédio de
alguém é preciso que esse alguém esteja limpo de todos pensamentos, palavras e
ações egoístas.
Mas como fica se o Anacleto não é limpo de
pensamentos, palavras e ações egoístas?
Vou tangenciar a resposta para uma parábola irônica
que usávamos quando eu trabalhava na Direção Geral do BB em Brasília. Um colega
perguntava: “Como o BB ainda pode dar lucro”? Alguém respondia: “Os
funcionários da Direção Geral dormem da meia-noite às seis”!
Traduzindo: Em algum momento nosso ego descuida
ou “dorme” por um segundo e, assim, neste segundo o Pai, que nunca dorme, age!
Talvez, neste momento, ao rascunhar este texto, eu tenha “rezado” por meu amigo. Quem sabe?